A importância que se dá à pedra
É o que faz dá amargor ao caminho
O tamanho que damos à pedra
É o que torna ainda mais difícil o caminho
A força que colocamos na pedra
É o que dá lonjura ao caminho
Ao ignorar a pedra
Clareamos o caminho
Ao conhecer a pedra
Desvendamos os mistérios do caminho
Ao sermos pedra
Perdemos o caminho
Será mesmo que ela está no caminho?
Será que não somos a pedra?
Será que não nos atiramos as pedras?
Afinal, existe pedra?
“No meio do caminho havia uma pedra...”
Fiz dessa pedra, parte do meu caminho
Sentado num banco de praça
Assiste a vida como quem assiste uma comédia americana
O velho jornal como companhia
Dá-lhe a certeza de que tudo caminha como se deve
O milho aos pombos
Alimenta-lhe a alma
Sorrindo sozinho
Faz piadas de si mesmo
Chora por suas mazelas
Gargalha de seus descaminhos
Sentado num banco de praça
Observa o curso da vida
Da vida dos outros
Da sua própria vida
Num retrato em preto e branco
Sente cheiros e cores de um passado que não passou
Sentado num banco de praça
Desistiu da dramática e melancólica comédia de sua vida
Guardou o jornal
Despediu-se dos pombos
Fechou os olhos
E deu fim ao capitulo desta vida
Liberdade, sonhos, desejos
Possibilidades, desafios, conquistas
Belezas, festas, amores
Amigos, aventuras, música, juventude
Com imaginação tudo que é bom... rola
Toda bola...rola
Qualquer caco se cola
Mas nem toda coca é cola.
Amor
É algo que a cabeça inventou
Para manter o corpo alerta
Para manter o coração em palpitos
Para manter borboletas no estômago
Saudade
É algo que a cabeça inventou
Para manter o coração apertado
Para manter o corpo inquieto
Para manter as coisas sem graça
Solidão
É algo que a cabeça inventou
Para manter o coração calado
Para manter o egoísmo do corpo só
Para manter conflitos
Para manter distâncias
Amizade
É algo que o coração inventou
Para manter indivíduos unidos
Para manter cabeças trabalhando
Para manter sonhos crescendo
Pessoas
É algo inventado
Para manter corações vivos
Para manter cabeças funcionando
Para manter amores
Para manter saudades
Para manter amigos
Para manter contato
Para manter sonhos...
Todo o resto há de ser pura invenção!
Abri a janela e o mundo me sorriu
O céu se mostrou mais azul
As coisas ganharam mais vida, mais sabor
Abri a janela e muita coisa mudou
As pessoas sorriam
Crianças brincavam nos quintais
A vida seguia seu rumo
Abri a janela e mudei
Decidi encarar as coisas de forma diferente
Sem grandes expectativas, sem falsas esperanças
E tudo se mostrou novamente
Parei para pensar
E descobri que tudo está no mesmo lugar
Da mesma maneira
Percebi que o que mudou foi a janela...
Abri os olhos
“Constança, meu bem, Constança...” Inconstante.
Assim a vida segue seu rumo
Constantemente surpreendente
Pela sua sabedoria e beleza em ser inconstante, imprevisível
Por mais que pensemos que tudo dará certo, nunca saberemos
Quais os caminhos essa certeza terá que percorrer
Nunca saberemos quantas lágrimas teremos que chorar
Quantos sorrisos distribuiremos
Quantos beijos guardaremos
Quantas luas se farão cheias
Quantos sois irão se por...
Inconstante
A certeza do logo mais, do nunca mais
Do adeus e do até logo... até sempre
Inconstante as juras de amor eterno, que sempre o são enquanto duram
Ou enquanto o alimentamos
Inconstante como a inocência da criança
A sabedoria dos idosos
O caminho que percorremos rumo à velhice sábia ou alienadamente sabida
À morte inevitável, o fardo da vida para alguns
A benção desta mesma vida para tantos outros
Aí está toda a beleza da existência
A leveza de todas as certezas
A sabedoria de todas as dúvidas
A sonoridade de todas as canções...
E por falar em canções...
Rememoro um passado eternamente presente
Em pretérito e futuro
Em poesias e ilusões
Em você,
E em mim
“Constança, meu bem, Constança..."
IN
CONS
TAN
TE.