quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Asas


Asas é a forma sutil e carinhosa de nomear a imaginação
Os olhos abertos não bastam
As pernas em movimento para nada servem
Se a alma não alimentar as suas asas

Sons, imagens, linhas de pensamento... 
Elementos indispensáveis para asas saudáveis
Alimente-se, frutifique-se
Liberte suas asas

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Experimentações


Enquanto não sou o que pretendo
Vou experimentando o simples fato de ser
Novas vontades, sensações
Tolerâncias, inconstâncias

Vou exercitando a capacidade de querer
Novos ares, atitudes, virtudes
O conhecimento é a necessidade de fazer
E absorver vivências

Enquanto não sou o que busco ser
Vou delirando em pensamentos
Divagando em outras ações e consentimentos
Criando novas regras e desbravando caminhos em mim mesma

Vou experimentando o simples fato de merecer
Ser aquilo que se quer 
Ou assumindo os riscos e o fato
De ser meramente aquilo que se é

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Fechado


Com o corpo fechado
Sigo à minha maneira
Pensamento longe...
Pés cravados no chão 
Chave na gaveta do cofre!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Decisão


Se vai, já vai tarde
É bom correr pra chegar cedo
Não é inteligente perder a hora

Se fica, fica e pronto
É aqui, sem repenses
Não há tempo para se's

Na dúvida, não saia da cama
Não abra os olhos, não pense
Não fale, não respire

O que muda tudo ou não muda nada é a decisão

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Assim que se faz


A vida caminha para frente
Os passos ficam para trás
Com ou sem planos a vida segue
Assim é que se faz

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Essa tal nostalgia


Era noite e sentada na varanda peguei-me refletindo sobre coisas das mais diversas origens e aplicações, das mais variadas formas e porquês. 

Pensei em saudade... Aquela falta que faz as coisas vividas, as palavras ditas, as consequências adquiridas, o conhecimento...

Senti arrepios... Pelas coisas que devia fazer e não fiz, que poderia dizer e não disse, pelas escolhas de cada momento.

Lembrei do arrependimento... Que pra mim só existe no dicionário. Não acredito em arrependimento, mas em escolhas desacertadas... Que acabam por se tornar pequenos acertos, já que nos ensinam muito mais sobre nós mesmos do que supúnhamos ser possível.

Fiz planos e escrevi poemas de dor, sonetos de amor, trovas de humor, escrevi por escrever... 
Ouvi sons e canções que falam de um tempo desconhecido, pensei alto, ri de mim e dos outros.

Novamente senti saudade... Saudade de um tempo que não foi meu, de posturas que não são minhas, de lutas que não enfrentei, de dores que não senti, de ídolos que não vivi. Chorei mortos que não eram meus, ressuscitei causas perdidas, militâncias esquecidas, bandeiras envelhecidas.

Adormeci. E naquela noite vivi mais vidas do que poderia um dia sonhar, alimentei minha alma com pureza e contentamento sem fim. 

Já era dia quando dei por mim ali na varanda com o gosto de vida ainda bem fresco na boca. Tirei a poeira dos sapatos e pus-me a caminhar movida por uma estranha sensação de dúvida e conhecimento, coragem e desprendimento... 

Movida quem sabe, por essa tal nostalgia.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A janela


Da janela vejo as cores de uma chuva que não vem
Ouço vozes, sinto cheiros de origens diversas
Rimo cores e sombras de devaneios sem medida
A janela me leva a lugares que jamais vivi

Da janela conheço mentes que nem nasceram
Recito livros que não escrevi
Decoro musicas que não ouvi
Na janela suicido coisas

Com a janela vou onde quiser
Flutuo em concreto e me afogo em ar
E pela janela do pensamento sigo sem pressa 
Sem destino e sem rumo certo pra chegar

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Rima

Li num livro que quem espera um dia cansa
Vovó dizia que quem espera nunca alcança
Sempre soube que se quiser provoco mudanças
Mas nada disso funciona se no fundo da alma não tiver esperança

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Encontro


Arrepiei quando te vi chegar de longe
O coração batia descompassado
As mãos trêmulas procuravam onde se esconder
Para disfarçar a felicidade que sua chegada proporcionava

Na cabeça, mil coisas se passavam
E você vinha em minha direção
O ar mudou de temperatura
O céu mudou de cor

Nos encontramos, pensei que duraria apenas um minuto
Como da última vez
Você me abraçou e eu me entreguei em seus braços
Percorrendo cada centímetro do meu corpo, lavou minha alma

Dançamos como duas crianças
Ri como há muito não fazia
E todo aquele calor aos poucos 
Deu lugar a calma e contentamento sem medida
Chuva, sua linda, que bom que veio!