quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Curativo


Por favor, um curativo
Será necessário algo bem específico
De preferência do tamanho da alma
Pois crescer machuca

Dói, corrói e volta a doer
Sara, sangra, e volta a corroer
Esse é um caminho sem volta
Caminho que vai, cola, descola e faz crescer
A única cura é ser ativo

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Descaminhos


A vida é como um mapa
Repleto de caminhos
Estradas sem fim
Estradas para além de mim

O que me molda não são os meios
Ou os fins não justificáveis
O que me molda e torna a mudar
São os descaminhos

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Abafamento


Anoiteceu
A água esfriou
A ponte caiu
O mar se aquietou

O silencio se fez
O nó se desfez
A única coisa que não se desfaz 
É esse abafamento

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O preço


O que amarga a boca
Nunca adoçará o coração
Tiros no escuro
Não alcança alvos

Folhas em branco não contam histórias
Nem movem moinhos
Levanta-te e age
Tudo na vida tem um preço

Até a inércia

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Palíndromo não palíndromo


Acorda já é dia
E a vida recomeça, os desafios testam
As duvidas pairam
E as cabeças rodopiam em busca de soluções

De busca em busca encontra novos desafios
Depressa já é noite 
E a vida se manifesta
Os desafios calam, as certezas testam

A vida vem depressa, as dúvidas calam
Os desafios pairam, a certeza se manifesta
Soluções rodopiam em busca de cabeças
A vida testa, sem virgula, sem aspas... E ponto

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Desconexo

Sem tempo
Sem dó nem piedade
Sem medo
Sem identidade

Corre pra chegar depressa
Silencia para não ouvir os próprios pensamentos
Sangra para não doer
Cala para não sofrer o já sofrido

Como somos desconexos
Metendo os pés pelas mãos
Em busca de repostas tão óbvias
Tempo meu querido despertai nossas almas!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Divã II


Infrutífera é a mente que se ocupa de pequenezas
O coração envenenado com rancores e invejas
A alma que vive a vida dos outros
O não fazer para não ser o único a fazer

A mente que não cria se esquece de sonhar
A mão fechada nunca saberá a diferença 
A sutil diferença entre o quente e o vivo
A boca amarga jamais terá o prazer do doce ou do amável

Rancores, dores, temores
Rimas inconsistentes
Artifícios usados por muitos 
Para esconder suas certezas infrutíferas

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dês


Descortina-se diante dos olhos
Mais uma verdade conveniente
Desmentido por seus atos 
Desvendou-se o inconveniente

Despertou na alma
Mais uma razão inconsequente
Desespero trilhou caminho
Mais uma estrada em estado latente

Destemida segue
Mais desperta, incansavelmente
Destinada a se desvendar
Mais uma descoberta... Expandiu-se  a mente