segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Decreto
Aproveitando as promessas de ano novo
E os desejos de dias melhores
Fica decretado:
Luto oficial de 1 minuto e não mais que 1 minuto
Por todos os sonhos não realizados
Por todos os abraços não dados
Todos os beijos negados
Todos os desejos não vividos
Decreto crime hediondo:
Mau humor
Desrespeito com os sonhos alheios
Mentiras que magoam
Vontades reprimidas
Longas distâncias
Fica decretado:
Que sua felicidade dependerá somente de ti
A realização de seus sonhos dependerá somente de ti
Se precisar usar alguma desculpa
Que seja o excesso de felicidade
A falta de problemas e preocupações
A falta de tempo para se entristecer
O excesso de sonhos a serem concretizados
Não será permitido
Deixar nas mãos de terceiros o destino de sua vida
Depositar nos outros a culpa por seus fracassos
Permitir que a amargura do outro envenene sua alma
Que deixe de caminhar por estar preso ao passado
Que não se permita ser melhor
Fica determinado que:
Para ter um ano novo é necessário que
Sua alma esteja melhor
Sua mente esteja sadia
Seu corpo se movimente
E que seus sonhos sejam sempre maiores que os de ontem
E infinitamente menores que os sonhos de amanhã
Seguindo em frente,
Cumprindo metas,
Construindo sonhos,
Melhorando a alma
Renovando de dentro para fora
Para ter um espelho cada dia mais bonito
Feliz Eu novo!
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Divã
De mais a mais, prefiro deixar de ser menos
Menos doente, menos contente, menos dependente
Prefiro deixar de ser menos
Menos sombria, menos egoísta, menos ranzinza, menos o que querem
Decidi ser mais
Mais sem fim, sem medo
Mais coragem, desejo
Mais eu em mim e de mim
Levantei do divã com outras convicções
De menos a menos...
Prefiro viver um pé na frente do outro
Na constante busca de querer ser e poder mais!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Pecadinhos
De pequenos pecadinhos fazemos o gosto bom da vida
Um abraço gostoso
Um doce a mais
Uma ida até a esquina que pode estar a quilômetros
Ou ali mesmo, do outro lado da sala
Pequenos pecadinhos que fazem valer à pena
O beijo no escuro
Confissões embaixo do lençol
Desejo a flor da pele
A pele que toca a pele e revitaliza a alma
Pecadinhos guardados em cartas
Compartilhados em sorrisos
Discutidos ou construídos pela tela do computador
E assim escrevemos a vida, de pecadinho em pecadinho
Guardados no bolso, na alma, na mente e no coração
Pecadinhos de saudade
De ternura, de desejos... de tesão
De amizade, sentimentos
Ou simplesmente de gratidão
Pecadinhos são inofensivos... o que estraga é o excesso de intenção.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Matemática
Eu
Eu + um = Nós
Eu + um – eu = Nó
Um sem eu = um
Eu + Eu + nós = um pouco melhor de nós
Eu+nós+tudo = um pouco de tudo no mundo
Eu+Nós+Tudo + Mundo = Infinitas Possibilidades
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Receitinha III
Ferva duas gotas de vontade e reserve
Em uma mente cheia de desejos coloque um coração tranqüilo
Recheie com pitadas de loucuras
Acrescente dois dedos de insanidade, necessidade de ir além, alegria e vontade de mudar sem economia
Unte sua mente com planos para o futuro e polvilhe com coragem e energia
Adicione à mistura, a vontade reservada
Acrescente impulsos e o que mais vier à mente
Aplique na veia e viva a vontade
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Mil maneiras
Mil maneiras de mudar as coisas
Mil motivos também
Pelo caminho mil tormentos
Mil momentos, divertimentos, conhecimentos
Mil maneiras de ser mais
Mil motivos pra deixar de ser menos
Mil maneiras de ser sempre o melhor de mim!
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Por si só
Silêncio
Vazio
Oco
Ensurdecedor
Naquele banco de praça
Vagava em lembranças
Um homem lotado de certezas
Num banco de praça morreu um homem
Cheio de si
Cheio de nós
Cheio de tudo
Lotado de si
E assim ficou
Lotado e transbordando
Por si e só
Vazio
Oco
Ensurdecedor
Naquele banco de praça
Vagava em lembranças
Um homem lotado de certezas
Num banco de praça morreu um homem
Cheio de si
Cheio de nós
Cheio de tudo
Lotado de si
E assim ficou
Lotado e transbordando
Por si e só
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
A Fuga
Fugindo de você
Me deparei com vários nós
Que a cada movimento
Me prendia mais em mim
Eu querendo me livrar disso
Me joguei de cabeça no abismo
E quase sufoquei em meio
A tantos sujeitos à procura de um predicado
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Receitinha II
Para todo desespero... Calma
Para todo passo... Pé
Para todo corpo... Desejo
Para todo sentimento... Consciência
São várias as etapas em uma única vida
E nenhuma é igual à outra, por mais que tentemos
Somos todos parecidos
Nem que seja só na aparência
O que nos distingue uns dos outros
É a carga de inocência
Coerência, decência, sapiência, transparência...
Para todo sacrifício... Fé
Para toda dúvida... Conhecimento
Para toda música... Som
Para todo ser... Contentamento
Para o claro... Escuro
Para o passado... Futuro
Para ter mais doce a vida
Basta um buraco no muro
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Assim
Choveu
Como fria e mansa deveria ser
Em meu peito
Pesadas gotas de saudade
Ensopavam a alma que
Sem saber despia-se
Da toalha das lembranças
Dançou como dança uma criança
Dançou nua pelas ruas do esquecimento
E despertou da morte, enfim
Era tarde de lua cheia
E choveu forte dentro de mim
Mudanças
Mudanças são necessárias para que as conquistas sejam verdadeiras
Mudanças são necessárias para que um futuro exista
Mudar é necessário para que as experiências sirvam de lições
Mudar é necessário para que a vitória seja sentida
Mudanças são vitais para que os sonhos possam germinar
Mudar é necessário para que a vida possa caminhar...
Mudanças são vitais para projetos futuros
Mudar é necessário para receber futuros presentes
Mudar se preciso for de cor
Se preciso for de dor
Se preciso for de certezas
Se preciso for de caminhos... buscar novos destinos.
O que não muda é a certeza do amanhã, mesmo que incerto
A certeza da despedida para um novo recomeço
A luta pelos ideais que nos alimenta a alma de cada dia
A alma que não se cansa de acreditar
Que o sempre é mais forte que o nunca
Que o não é mais frutífero que o sim
Que a arvore é o destino da semente
Que o ter, o querer, o poder e o ser
São meros pontos de vista
Limpe seus óculos
Abra a porta
Se vista, ou dispa-se se preciso for
Vou indo...
Até a vista!
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Pequenas conclusões
Quando os olhos falam
E não há necessidade
De a boca intervir
É um sinal de que
A comunicação encontrou
Sua batida perfeita
E não há necessidade
De a boca intervir
É um sinal de que
A comunicação encontrou
Sua batida perfeita
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Receitinha
Ouça com cuidado as coisas que lhe são ditas
Observe cada movimento ao redor
Observe o efeito provocado por cada palavra dita
Em si e nos outros
Preste atenção
Tudo possui duas faces
Nem sempre o que se diz é o que se quer dizer
Nem tudo que parece só parece
Calcular ações e palavras
É o segredo da matemática da vida
Saber calar e saber ouvir
São ingredientes básicos para o inicio do saber
Afinal, o que é o saber
Senão a consciência de si
Em si mesmo?
Isso mesmo
sábado, 13 de outubro de 2012
Cacos
Criando coisas
Desconstruo
O que em mim
Virou cacos
Cacos para traduzir
Reconstruir
Vitrais são cacos
Que se fazem companhia
Fragmentos de si mesmo
máscaras reinventam vitrais
Recriando cacos
Vamos construindo imagens no espelho
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
A passagem
Quando me descobriram, fiz uma passagem
Saí dos sonhos de uma mãe
E fui para um ventre generoso
Quando nasci, fiz uma passagem
Saí de um mundo só meu
Onde tudo era perfeito
E abri os olhos para um mundo de muitos
Quando me tornei adolescente, fiz uma passagem
Sai à força do universo de imaginação, sonho e fantasia
E caí na fantasia do mundo dos sonhos
Quando me vi adulta, fiz uma passagem
Saí do mundo do: mãe, pode?
E construí o universo do Eu posso!
Ainda sou adulta e vivo fazendo passagens
Saindo de dúvidas, entrando em mais dúvidas
Percorrendo sonhos, trilhando desejos
Desmentindo fantasias
Construindo a cada dia uma outra verdade
Cheguei fazendo passagens
Sigo fazendo passagens
Chegará um dia em que dirão que parei
Mas uma coisa é certa: isso também será somente uma passagem
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Pingos
O pingo de chuva
Que entra pela janela
Revela de susto
O que a alma escondia
Fechei a janela
O pingo virou mar
Que inundou o sertão que fazia
Tum Tum... Tum Tum...
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Pensando...
Pensando nas coisas da vida concluí que
É fácil escapar das ciladas do caminho
Das saias justas
Das saias largas
Da falta de saias
É só não perder o rebolado
É fácil conviver com todo tipo de gente
Diga-me com quem tua andas
E direi se quero ir junto
É fácil encontrar jóias pelo caminho
Nem tudo que reluz é ouro
Pedras brutas guardam seu brilho no interior
Lapidação... qualquer loja dá
As aparências enganam
As atitudes denunciam
As palavras anunciam
O caráter deforma, dá forma, forma
A consciência seleciona
Tudo que sobe... desce
Tudo que nasce... cresce
Tudo que sobra... apodrece
Tudo que é lapso se esquece
Sigo pensando nas coisas da vida
É fácil escapar das ciladas do caminho
Das saias justas
Das saias largas
Da falta de saias
É só não perder o rebolado
É fácil conviver com todo tipo de gente
Diga-me com quem tua andas
E direi se quero ir junto
É fácil encontrar jóias pelo caminho
Nem tudo que reluz é ouro
Pedras brutas guardam seu brilho no interior
Lapidação... qualquer loja dá
As aparências enganam
As atitudes denunciam
As palavras anunciam
O caráter deforma, dá forma, forma
A consciência seleciona
Tudo que sobe... desce
Tudo que nasce... cresce
Tudo que sobra... apodrece
Tudo que é lapso se esquece
Sigo pensando nas coisas da vida
terça-feira, 25 de setembro de 2012
A Pedra no Caminho
A importância que se dá à pedra
É o que faz dá amargor ao caminho
O tamanho que damos à pedra
É o que torna ainda mais difícil o caminho
A força que colocamos na pedra
É o que dá lonjura ao caminho
Ao ignorar a pedra
Clareamos o caminho
Ao conhecer a pedra
Desvendamos os mistérios do caminho
Ao sermos pedra
Perdemos o caminho
Será mesmo que ela está no caminho?
Será que não somos a pedra?
Será que não nos atiramos as pedras?
Afinal, existe pedra?
“No meio do caminho havia uma pedra...”
Fiz dessa pedra, parte do meu caminho
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Num banco de praça
Sentado num banco de praça
Assiste a vida como quem assiste uma comédia americana
O velho jornal como companhia
Dá-lhe a certeza de que tudo caminha como se deve
O milho aos pombos
Alimenta-lhe a alma
Sorrindo sozinho
Faz piadas de si mesmo
Chora por suas mazelas
Gargalha de seus descaminhos
Sentado num banco de praça
Observa o curso da vida
Da vida dos outros
Da sua própria vida
Num retrato em preto e branco
Sente cheiros e cores de um passado que não passou
Sentado num banco de praça
Desistiu da dramática e melancólica comédia de sua vida
Guardou o jornal
Despediu-se dos pombos
Fechou os olhos
E deu fim ao capitulo desta vida
Coca Cola
Liberdade, sonhos, desejos
Possibilidades, desafios, conquistas
Belezas, festas, amores
Amigos, aventuras, música, juventude
Com imaginação tudo que é bom... rola
Toda bola...rola
Qualquer caco se cola
Mas nem toda coca é cola.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
O que há de ser
Amor
É algo que a cabeça inventou
Para manter o corpo alerta
Para manter o coração em palpitos
Para manter borboletas no estômago
Saudade
É algo que a cabeça inventou
Para manter o coração apertado
Para manter o corpo inquieto
Para manter as coisas sem graça
Solidão
É algo que a cabeça inventou
Para manter o coração calado
Para manter o egoísmo do corpo só
Para manter conflitos
Para manter distâncias
Amizade
É algo que o coração inventou
Para manter indivíduos unidos
Para manter cabeças trabalhando
Para manter sonhos crescendo
Pessoas
É algo inventado
Para manter corações vivos
Para manter cabeças funcionando
Para manter amores
Para manter saudades
Para manter amigos
Para manter contato
Para manter sonhos...
Todo o resto há de ser pura invenção!
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
A Janela
Abri a janela e o mundo me sorriu
O céu se mostrou mais azul
As coisas ganharam mais vida, mais sabor
Abri a janela e muita coisa mudou
As pessoas sorriam
Crianças brincavam nos quintais
A vida seguia seu rumo
Abri a janela e mudei
Decidi encarar as coisas de forma diferente
Sem grandes expectativas, sem falsas esperanças
E tudo se mostrou novamente
Parei para pensar
E descobri que tudo está no mesmo lugar
Da mesma maneira
Percebi que o que mudou foi a janela...
Abri os olhos
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Coisas de Eternidade
“Constança, meu bem, Constança...” Inconstante.
Assim a vida segue seu rumo
Constantemente surpreendente
Pela sua sabedoria e beleza em ser inconstante, imprevisível
Por mais que pensemos que tudo dará certo, nunca saberemos
Quais os caminhos essa certeza terá que percorrer
Nunca saberemos quantas lágrimas teremos que chorar
Quantos sorrisos distribuiremos
Quantos beijos guardaremos
Quantas luas se farão cheias
Quantos sois irão se por...
Inconstante
A certeza do logo mais, do nunca mais
Do adeus e do até logo... até sempre
Inconstante as juras de amor eterno, que sempre o são enquanto duram
Ou enquanto o alimentamos
Inconstante como a inocência da criança
A sabedoria dos idosos
O caminho que percorremos rumo à velhice sábia ou alienadamente sabida
À morte inevitável, o fardo da vida para alguns
A benção desta mesma vida para tantos outros
Aí está toda a beleza da existência
A leveza de todas as certezas
A sabedoria de todas as dúvidas
A sonoridade de todas as canções...
E por falar em canções...
Rememoro um passado eternamente presente
Em pretérito e futuro
Em poesias e ilusões
Em você,
E em mim
“Constança, meu bem, Constança..."
IN
CONS
TAN
TE.
Assim a vida segue seu rumo
Constantemente surpreendente
Pela sua sabedoria e beleza em ser inconstante, imprevisível
Por mais que pensemos que tudo dará certo, nunca saberemos
Quais os caminhos essa certeza terá que percorrer
Nunca saberemos quantas lágrimas teremos que chorar
Quantos sorrisos distribuiremos
Quantos beijos guardaremos
Quantas luas se farão cheias
Quantos sois irão se por...
Inconstante
A certeza do logo mais, do nunca mais
Do adeus e do até logo... até sempre
Inconstante as juras de amor eterno, que sempre o são enquanto duram
Ou enquanto o alimentamos
Inconstante como a inocência da criança
A sabedoria dos idosos
O caminho que percorremos rumo à velhice sábia ou alienadamente sabida
À morte inevitável, o fardo da vida para alguns
A benção desta mesma vida para tantos outros
Aí está toda a beleza da existência
A leveza de todas as certezas
A sabedoria de todas as dúvidas
A sonoridade de todas as canções...
E por falar em canções...
Rememoro um passado eternamente presente
Em pretérito e futuro
Em poesias e ilusões
Em você,
E em mim
“Constança, meu bem, Constança..."
IN
CONS
TAN
TE.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Declaração
Conhece cada centímetro, cada pedaço de mim
Cada desejo, cada vontade
Cada segredo que guardo na memória ou o coração
Sabe de cada marca, cada cicatriz, cada sinal de dor ou alegria
Vigia-me diariamente
Eterno confidente, é também companheiro de todas as horas
Amante, amigo, companheiro
Das horas de calma, desespero, leituras, confidências...
Meu porto seguro
Companheiro de todas as horas
Amo-te travesseiro
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
O outro lado
A distância da cura é a doença
A distância do medo é a coragem
O que te afasta do ruído é o silêncio
O que te afasta da solidão é o outro
A distância da felicidade é a tristeza
O outro lado do não é o sim.
Depois da cara vem o coroa
Depois do verbo a ação
Depois do longe tem o perto
Depois de tudo... você mesmo
E depois de você não há medo, silêncio, escuridão, verbo, solidão
Depois de tudo, o que te sobra é a simples e irrefutável certeza do você
Você simples, você ação, você conhecimento, você por você
E nada mais...
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Delírios
Como se nada tivesse acontecido
Volta sem avisar
Sorrateira e feroz
Toma meu corpo, mexe com meus sentidos
Faz-me sentir calafrios
Ao mesmo tempo em que aquece meu corpo cada vez mais
E sem domínio se contorce a cada instante
Tentando se ver livre de você
Mas todo o esforço é em vão
A cabeça roda e a respiração fica mais difícil, mais ofegante
Canso de resistir e me entrego
Oh bendita febre, porque não me deixa de vez?
Volta sem avisar
Sorrateira e feroz
Toma meu corpo, mexe com meus sentidos
Faz-me sentir calafrios
Ao mesmo tempo em que aquece meu corpo cada vez mais
E sem domínio se contorce a cada instante
Tentando se ver livre de você
Mas todo o esforço é em vão
A cabeça roda e a respiração fica mais difícil, mais ofegante
Canso de resistir e me entrego
Oh bendita febre, porque não me deixa de vez?
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
A Estrada
Idas e voltas, encontros e despedidas
Vitórias, derrotas, acertos, desentendimentos
Triunfos e decepções...
A estrada pode ser longa
Pode ser curta
Pode ser rica
Pode ser simples
Pode ser cura
Pode ser alivio
Pode ser tudo
E pode simplesmente não ser
Não ser motivo
Não ser alivio
Não ser dor
Não ser necessidade
O irremediável é que nunca deixará de ser estrada
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
O Tempo
Senhor do destino
O tempo nos mostra suas façanhas
Em tudo o que nasce
Mostra esperanças e desejos de mudanças
Novas oportunidades, velhas expectativas
Naquilo que morre
Ou simplesmente se transforma
Deixa a dúvida do dever cumprido, a certeza de que foi pouco
O alivio da dor às vezes
A saudade do acontecido
O conhecimento do esquecido, adormecido, não vivido
O tempo nos mostra continuamente
Novas versões de velhas histórias
As marcas do rosto, das mãos e da memória
Relembram sem cessar que ele corre
E que a cada momento o temos menos
O desejamos mais, o aproveitamos menos
Nos perdemos mais, nos conhecemos mais
E cada vez mais o tempo ensina, consola, compreende...
Tudo desenvolve, chega e parte em um ciclo sem fim
E acima de tudo e de todos reina triunfante
O Senhor do destino
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Bordados
Na varanda de uma velha casa
Uma senhora borda
A agulha fere o tecido plantando flores de memórias
Crianças brincam nas ruas
Namoradeiras enfeitam as janelas que vigiam cada movimento
Senhoras alinhavam vivências em confissões de comadres
Donzelas guardam a sete chaves em diários forrados de seda
Amores e desejos que a cada página são confessados
Tecidos com fé, esperanças e paixão
A história não muda...
O que muda são os outros
Receitas de bolos, filhos doentes...
Casamento dos filhos, chegada dos netos
Despedidas e boas vindas a esse mundo de loucos
Descobertas, vitórias, histórias
Novos encontros e despedidas, renovação
Vida que segue
E na velha varanda de uma nova casa
Uma senhora borda
A agulha fere o tecido plantando flores de memórias
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Temperos
A vida é feita de pequenas receitas
Cada qual com seus temperos
Seus cheiros e sabores infinitos
Há quem goste de pimenta
Aquelas coisinhas que te esquentam a cabeça
Arrepiam a pele e faz corar a face
Há quem goste de doce
Pequenas ações de ternura
Um beijo roubado, um bilhete escondido no bolso
Uma ligação na madrugada, andar de mãos dadas
Segredos no ouvido...
Há quem goste de fermento
Boas ideias, novas posturas, mais amizades
Mais música, mais carinho
Mais leitura, riso, sonhos
Há quem goste de sal
Sal de saudade de alguém que partiu
Ou fizemos partir, de alguém que está ao nosso lado
E ao mesmo tempo distante de nós
Do arrependimento do feito, que ensinou muito
Ou do não feito que ensinou muito pouco
As ervas...
Dão novas cores e perfumes ao dia a dia
Um cheirinho de coisa nova, ou velha quem sabe,
Uma lembrança boa, uma saudade gostosa
Uma nova dança, um velho amigo
Um desafio
Existem várias receitas
Cada qual com seus temperos, sua ousadia
Misturas que nos tornam únicos e saborosamente intrigantes
Confusos, claros, intensos, complicados, simples e normais
Somos receitas regadas com gotinhas de prazer de experiências vividas
Receitas únicas do simples e infinitamente complexo ato de ser
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Paciência
A última hora
O último prazo
O desejo mais urgente
A dor mais voraz
A pressa da resposta
A fragilidade do sono
A dor da perda
A incerteza do cotidiano
As máscaras
As ilusões
As decisões definitivas...
Tudo some, desaparece, evapora
Quando se percebe que o urgente acabou
O último morreu, as certezas nunca são certas
As respostas nunca serão concretas
E a satisfação nunca será plenamente alcançada
Restando apenas a necessidade de entendimento
E a busca da coragem para exercitar o que um dia, quem sabe, nos levará a enxergar um pouco mais além...
Além das certezas, além das dúvidas, além da descrença, além de mim, além de nós...
E quando olhares para frente, lá estará ela, doce, bela e generosa esperando de braços abertos para mais uma jornada.
E com um belo sorriso, lhe saudará mansamente:
Muito prazer, meu nome é Paciência.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
in POSSIBILIDADES
Em meio à tormenta surgiste como uma luz no fim do túnel
Entre tantos braços cruzados, foste a mão estendida
Marcado por tantas feridas, chegaste como um bálsamo
Ajudou-me a curar a asa quebrada
A mente traída rememorava cenas e acontecimentos
Que vez por outra curavam, ou reabriam velhas feridas
O riso escondido pela rudeza do diariamente foi abrindo espaço
Para a esperança que de mansinho veio chegando
Lendo pensamentos, divertia-se com as ações previstas
Lendo a alma, presenteava-me com gotas de mim mesmo
Que bebidas às baldadas revelavam-me
Assustava-me perceber mais sobre um eu que forçava por esconder
Temia conhecer
A mera suspeita de novas revelações arrepiam os ossos
Ao mesmo tempo que instiga a vontade
Desisti de fugir, de tentar adiar, de fingir não ver
Joguei a toalha e neste instante me presenteaste com um
Universo infinito de possibilidades
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Mar de estrelas
Um mar de estrelas me sorri em pensamento
Desejos inundam a alma que a cada pulsar sente as caricias
De uma liberdade única e infinita
Liberdade que assusta e renova
Renova esperanças, assusta as pequenas certezas
Fortalecem as grandes esperanças de um dia ser grande
De um dia ser brando
De um dia ser simples de um dia SER
Um mar de estrelas me sorri em movimentos
Brisas de contentamento
Prenúncios de acontecimentos
Amadurecimento, conhecimento
Vivências de um futuro promissor
Me visto de brandura, astucia e percepções
E sigo arrebatador
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Eu te amo
A inquietante calmaria do dia foi quebrada
Pelo toque do telefone que cantava rock de elevador
O número desconhecido revelava um mundo de possibilidades
O som da tua voz do outro lado
Estremeceu meu coração que palpitava sem controle
Em meio ao som dos carros e a voz do vendedor de pamonha
Que parecia entoar canções de amor
O breve instante da unidade de cartão telefônico
Fora suficiente para dar cor ao bestar do dia
Oi, só liguei pra dizer que eu...
Bastou, fez-se o silêncio.
O sorriso brotando do corpo trêmulo
Relembrava a primeira vez em que tocaste minha mão
E deste lado, em meio ao silêncio e sons do peito em palpitos
A resposta é dita em tom de oração
Eu te amo também.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Aquarela
Com o raiar da manhã o peito se abriu em um sorriso violeta
Os olhos dourados de desejo reluziram vontades e planos azuis
O dia seguiu o ritmo de um coração que pulsava bordô, vermelho e terra
Em um tic tac verde oliva de matar o branco de inveja
A tarde alaranjada levava salpicos de uma alegria rubra que deixava
humores cinza manchados de amarelo, lilás e anil
Com a chegada da noite pérola, as despedidas calorosas emanavam
saudades rosadas e fluorescentes
O que ninguém percebeu é que no fundo daqueles olhos negros
Morava um homem cego
sábado, 21 de julho de 2012
A cura
Baixei a guarda e você chegou
Esqueci meu nome, minha fisionomia
O brilho no olhar era inevitável, indefinível
Meu mundo mudou, as cores ficaram mais vivas
Tudo ganhou gosto, sabor, vigor
Sentia o pulsar da vida, das horas e da paixão
Me entreguei e quase morri
De desejo, confiança, amor...
O caos virou calma, a dúvida, certeza
O medo, segurança, a mentira verdade...
Dói a incerteza da felicidade
Dói a insegurança da mentira
Dói mais ainda a tirania da verdade
Adoeci de amor
Enlouqueci de amor
Adormeci de amor
Anoiteci de amor...
Onde está a cura daquilo que me dói e me segura
Daquele que me rói, atormenta, acalenta, cala, sangra, alenta e conforta
Aonde está a cura?
Existe alguma além de você?
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Luz dos olhos teus
Ouço a voz do silêncio cantando na noite iluminada
Em mim cantou boleros de saudades
Noutros tempos cantaria hinos de vontade
jingles de certezas, tangos de sedução
e recitaria poemas de amor eterno
A luz da vela acesa ilumina a luz dos olhos
que numa tormenta de desilusões se cansou de esperar
Vaga vazio e triste à sombra de outra vela
que acaba de se apagar na luz dos olhos teus
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Que...
Que a noite seja fria e insinuante
o abraço aconchegante e sedutor
o beijo macio e doce como o sorriso de uma criança,
sem perder a malícia natural da adolescência viva na mente dos amantes
Que o amor seja transparente
e as bocas cúmplices e confidentes
as mãos desesperadas, firmes e inseguras
as mentes confiantes e em constante êxtase...
Mas acima de tudo
que seja vivo, intenso, avassalador... simples
Que seja VERDADE
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